Cinemas dão adeus ao celulóide e investem em reformas e ampliações

Em 2013, redes pretendem trocar projetores para atualizar seus equipamentos e atender as novas exigências das distribuidoras e dos consumidores

 

Milton Durski, diretor-geral da rede Cineplus: R$ 5 milhões para investir em modernização

O ano de 2013 vai ser um momento de atualização para as redes de cinema. A partir de janeiro de 2014, as distribuidoras não terão cópias de filmes que não sejam digitais – adeus ao velho celulóide, portanto. A mudança vai provocar uma onda de investimentos para modernização das salas, ao custo de cerca de R$ 300 mil por projetor digital. O ano será de corrida contra o tempo para se manter de acordo com as exigências do mercado e, adicionalmente, ampliar e reformar salas.

A hora de “arrumar a casa” começa em 2013 para que as redes voltem a crescer em 2014. Milton Durski, diretor geral da rede paranaense Cineplus, que tem 14 salas em quatro complexos na Grande Curitiba, projeta um investimento de cerca de R$ 5 milhões em modernização dos projetores, além de outras reformas em suas salas.

No Shopping Jardim das Américas, o número de salas vai passar de quatro para seis, sendo uma XD (Extreme Digital Cinema, com tela maior e mais qualidade de som) e as demais 3D, ao custo de R$ 2,5 milhões. No Shopping Água Verde, haverá troca de poltronas e a aquisição de um projetor digital para uma das duas salas, ao custo de R$ 400 mil. Já no Shopping & Sports Xaxim, dois aparelhos 3D serão comprados, por R$ 600 mil. Em Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, e em Castro, nos Campos Gerais, onde a rede também atua, equipamentos também serão atualizados.

Durski ressalta que o grupo vai abrir mão de crescer em 2013 para ficar no mercado com salas atualizadas. “Com R$ 5 milhões poderíamos inaugurar outro complexo, mas vamos investir na digitalização. Vamos digitalizar todas as salas para poder sobreviver e solidificar nossas ações no ano que vem para voltarmos a crescer em 2014”, analisa.

A Cinesystem, também paranaense, vai investir em Curitiba cerca de R$ 2 milhões em novos equipamentos e reformas. Uma das salas do Shopping Curitiba será no formato VIP, com poltronas mais espaçosas e reclináveis, com investimento de R$ 500 mil. Já o Shopping Total vai receber o maior aporte de recursos: R$ 1,5 milhão, a partir de janeiro, para a implantação do segundo sistema 3D, além de melhorias na infraestrutura – até julho a revitalização deve ficar pronta.

Eduardo Vaz, diretor da rede, lembra que outros multiplex do grupo, como no Shopping Cidade e em Paranaguá, no litoral, já estão totalmente digitalizados. “Hoje, 70% das salas já são digitais. Desde 2010 estamos realizando a troca de sistema de projeção mecânica para digital. Este é um processo irreversível para as companhias de cinema que operam no Brasil e no mundo”, ressalta.

Demais redes não têm ou não divulgam investimentos

Outras redes que atuam na Grande Curitiba também foram procuradas para anunciar seus investimentos para 2013. O IMAX, no Shoppping Palladium, informou que não há nada previsto para o ano que vem em infraestrutura, porque a sala ainda é nova e o investimento na inauguração foi alto.

O Espaço Itaú de Cinema, que atua em Curitiba no Shopping Crystal desde março de 2012, informa que não tem previsão de investimentos para o ano que vem, nem previsão de abertura de outro cinema no estado.

O Cineplex Batel, do Shopping Novo Batel, está definindo até o final do ano os investimentos para 2013. “No momento não podemos informar os valores e o que será feito, pois temos apenas os estudos”, informou o diretor-geral do shopping, Luiz Celso Branco.

O UCI, que tem cinemas nos shoppings Palladium e Estação, não divulga a previsão de investimentos. O Cinemark, com multiplex no ParkShopping Barigüi, Shopping Mueller e Shopping São José, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, não informou se vai fazer investimentos em 2013.

Novos shoppings ampliam os investimentos no setor

O anúncio de inaugurações de novos shoppings em Curitiba e no interior do estado movimenta os empresários do setor dos cinemas, que buscam participar do maior número de empreendimentos possíveis. Em geral, um novo centro comercial traz consigo de quatro a dez salas de cinema. Com nove novos shoppings confirmados no Paraná nos próximos anos, oportunidades é que não vão faltar.

A Cinesystem já fechou alguns contratos e está em fase de negociação com outros empreendimentos. No Shopping Atuba, que está previsto para o primeiro semestre de 2015, serão quatro salas. Entre 2013 e 2014, a rede possuí contratos assinados para a construção de multiplex em três novos shoppings na Região Sul, cinco no Sudeste e três no Nordeste. “Em Curitiba, temos ainda duas negociações adiantadas para um multiplex de 10 a 12 salas, em um novo empreendimento, e mais cinco salas em outro. Não podemos revelar ainda o nome destes shoppings”, afirma Eduardo Vaz, diretor da rede.911-essay.com